sexta-feira, 30 de julho de 2010

She is so beautiful - The Waterboys



She is so beautiful
She is so beautiful
I've got no words to describe
The way she makes me feel inside
I'm flying solo
As free as light as a bird
yet I could lay my wings down in a moment
To guard and comfort her

She is so beautiful
light-filled, loving and wise
Laughter dancing in her eyes
all my road is before me
And I never did plan on a wife
yet she's the most beatiful soul
I ever have met in this life

For she is like a song
she is like a ray of light
She is like children pRaying
like harps and bells and cymbals playing
And she is like a wind
moving, soothing, bringing joy
And here am I, destroyed
she is so beautiful
I don't know what I'm going to do when I leave
except grieve

Ela é tão bonita (tradução)
Ela é tão bonita
Não tenho palavras para descrever
a forma como ela me faz sentir por dentro
Voo,
livre e leve como um pássaro
Mas baixo as minhas asas por um momento
para a guardar e confortá-la

Ela é tão bonita
cheia de luz, amorosa e sábia,
o riso dança nos seus olhos.
todo o meu caminho ficou para trás
e eu nunca fiz planos para uma mulher,
mas ela é a mais bela alma
que eu encontrei nesta vida

Porque ela é como uma canção
ela é como um raio de luz
ela é uma como criança rezando
como harpas e sinos e pratos tocando
e ela é como o vento
movendo-se, calmamente, trazendo alegria
e aqui estou eu, destroçado
ela é tão bonita
eu não sei o que irei fazer quando partir
Além de lamentar

Preconceito?


Curti muito Legião.Certo dia, numa viagem à praia, depois de ouvir até saturar, decidi não mais ouvi-los. Uma porque fiquei irritado com a menina, par do casal  que estava com a gente, dizia "amar" o som. Isso era o fim, pois sempre fui do contra. E se alguém, "careta", curtisse o que eu curtia, logo descartava. Outra porque fiquei sabendo que o Renato Russo era viado. Não conseguia ouvir, imaginando que as letras românticas poderiam ter sido inspiradas num macho. Aquilo me constrangia bastante.

Hoje revirando meus velhos cd's, deu vontade de ouvir LU 2. E não é que deletei-me? Meu caçula ao sair do banho perguntou: que som é esse? Estava tocando Musica Urbana 2. Parece que gostou. Pegou o encarte e seguiu a letra de Daniel na cova dos leões (detalhe: seu nome é Daniel).

Perdi muito tempo com bobeira. Dá pra ouvir numa boa o Legião. É só esquecer o detalhe sobre o Renato.

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Drácula

Início dos anos 70 não perdia cinema. Morava em Elói Mendes. A partir dos 6 anos já era um apaixonado pela Sétima Arte. Assistia muito bang-bang à italiana. Ia com meu pai. Certo final de semana fomos assistir ao "Dólar Furado" com Giuliano Gemma. Enquanto aguardávamos  o inicio da sessão, ficava admirando as fotos de cenas dos filmes anunciados para outros dias. Papai conversava com amigos e eu lá, viajando nas imagens. Pulava de uma divulgação para outra, até que parei em uma bastante diferente: era sobre o filme "O Conde Drácula" com o ator Christopher Lee. Fiquei fascinado e ao mesmo tempo aterrorizado. Não podia perder aquilo. Era impróprio para menores. Não haveria problema, papai era amigo do pessoal do cinema. Tinha certeza que daria um jeitinho. Não comentei nada com ele durante a exibição do faroeste.

Saímos do cinema. Antes dei outra olhadela para o grande cartaz com a imagem do Drácula. Aquela noite nem dormi direito. Medo, fantasias e maquinando como convencer o velho a me levar para assistir aquela "maravilha".

Durante dias bajulei meus pais. Até que chegou o momento de dar as cartas. Meu coração estava a mil. Após o pedido, minha mãe negava, dizendo que ficaria traumatizado. Não era filme para crianças. Papai a princípio relutou, mas como era de seu feitio declarou: iremos ao cinema, mas se eu ficasse cagando de medo, não queria ninguém dormindo na cama dele. A decisão estava em minhas mãos.

E lá fomos nós. Papai estava contrariado, mas havia dado sua palavra. Eu todo orgulho e quase não me contendo de tanta ansiedade. A fila era imensa. O hall de entrada estava completamente lotado. Passei um sufoco desgraçado. Pois só havia gente grande. Estava quase sem ar no meio daquele povão. Meu pai não pegou-me no colo, afinal eu teria de me virar. Não era o bonzão? Que me portasse como "adulto". Confesso que quase desisti naquele momento. O povo não andava e eu lá "embaixo", só vendo pernas por todos os lados. Finalmente as portas da sala de exibição foram abertas. A turba moveu-se.

Sentamo-nos nas primeiras fileiras. O filme começou. Cara, nunca senti tanto medo. Só faltei borrar as calças. E  o filme não acabava. Pânico total. E agora? Como vou dormir sozinho? Naquela casa tão grande. Tô ferrado. No caminho de casa, agarrei-me na mão do papai. E ele só me zoando e dando mais medo ainda. Na hora de dormir, ele cumpriu o prometido e não me deixou dormir com eles. Aí minha doce mãezinha ficou comigo até que pegasse no sono. Depois de alguns copos de água com açúcar.

Aprendi a lição (pelo menos enquanto as lembranças do filme ainda voltavam à memória) de ouvir o conselho dos pais. Afinal  a proibição de assistir ao Drácula era apenas com o intuito de proteger-me. E mostrou como eles me conheciam bem. Bem mais do que eu mesmo.